Fugir do tradicional já é uma marca do Coral Cesama, com apresentações que saem do estilo clássico esperado de uma sintonia de vozes afinadas. Mas, no último sábado, 28, o que uma plateia entusiasmada pôde presenciar foi a ousadia de um grupo que levou nada menos do que um recital de samba aos palcos do Teatro Paschoal Carlos Magno. “Nossa proposta foi de mostrar um pouco das transformações e o que levou à permanência desse gênero, que é a alma do Brasil. Mas, mais do que apresentar canções, era contar, em música e poesia, como o samba nasceu, cresceu, resistiu e se reinventou, sempre refletindo a sociedade brasileira em sua complexidade”, destacou o regente do grupo Victor Cassemiro.

“Eu sou o samba, a voz do morro sou eu mesmo sim, senhor, quero mostrar ao mundo que tenho valor... Sou eu quem levo a alegria para milhões de corações brasileiros”. Foi, literalmente, levando alegria aos corações brasileiros, mais especificamente, juiz-foranos que o Coral Cesama entrou no palco. Com a música de autoria do artista Zé Keti, o grupo cantou e ditou o ritmo envolvente e alegre que seria visto ao longo de todo o espetáculo. Impacto que, nas 12 canções apresentadas, se fundiam com um cenário envolvente. Produzida por Maria Laura Batalha Bello e com a iluminação de Marcos Marinho, a cenografia deu vida aos principais nomes do samba, que se eternizaram no país, como Adoniran Barbosa, Geraldo Pereira, Cartola e Noel Rosa.

De fato, o recital "A História do Samba", do Coral Cesama, foi muito além de canções, mas também uma aula sobre a trajetória do ritmo. É o caso da canção "Pelo Telefone", apresentada pelo grupo e composta por Donga e Mauro de Almeida. Conforme contou o regente Victor, a música, que se tornou um sucesso no carnaval de 1917, "foi a primeira gravação reconhecida oficialmente como samba e abriu o caminho para tudo que apresentamos no recital e para tornar o gênero musical um dos mais populares e representativos da cultura brasileira”, destacou.

Mas a apresentação fora do convencional do Coral Cesama foi ainda além, trazendo aos palcos do teatro participações muito especiais, como de uma roda de samba formada pelos percussionistas Lizandra Romano e Jefferson Nascimento, pelo flautista Lucas Fajoses e pelo violonista Rodrigo Scafutto. Destaque também para a apresentação de samba de gafieira de alunos da Escola Balliamo Espaço de Dança, sendo, um dos dançarinos, o empregado do Departamento de Faturamento e Corte (DEFC), Wiliam Martini De Oliveira. “É a terceira vez que me apresento com o Coral Cesama e foi uma grande satisfação fazer parte desse espetáculo maravilhoso”, elogiou Wiliam.  
 
Prestigiando o recital, o diretor-presidente da Cesama, Lincoln Santos Lima, destacou a realização de iniciativas como essa. Segundo ele, por duas razões. “Primeiro, por estarmos nesse espaço maravilhoso, municipal, que é o Teatro Paschoal Carlos Magno”. Também, ele completa, não podemos deixar de mencionar “o incentivo à arte, que é o trabalho de um coral, e que conta com o patrocínio da Cesama, que está sempre atenta a esses tipos de eventos que valorizam a cultura em Juiz de Fora”.

O empregado da Assessoria de Comunicação e Ouvidoria (ACO) da companhia, Leandro Ruhena, também não perdeu a oportunidade de ouvir o Coral Cesama apresentando seu estilo musical preferido. “Não foi só um recital, mas uma apresentação onde conhecemos a história por trás do samba e de cada música. Isso te faz ficar ainda mais próximo do estilo.” Segundo ele, o mais difícil, diante daquele espetáculo, “foi ficar sentado.”

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