Os amigos Davi da Silva e Davi Francisco, de 10 anos, que estudam na Escola Municipal Augusto Gotardelo, no bairro Caiçaras, têm uma nova responsabilidade a partir de agora: evitar que o óleo usado em suas casas seja jogado na pia ou descartado de outras formas incorretas. “Agora vamos recolher tudo numa garrafa pet”, revelam. Na manhã desta quarta-feira, 29, eles e outros alunos da instituição de ensino receberam uma visita de representantes da Companhia de Saneamento Municipal (Cesama) da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e do Instituto Epros. Como objetivo desse encontro, dar início à parceria para instalação de um ecoponto para coleta desse material de grande impacto no desgaste das redes de esgoto.

“Estamos falando de uma rede de manutenção cara, difícil de ser feita, que exige muito cuidado, pois é responsável pela coleta e tratamento de um material extremamente contaminante”, explicou Patrícia Groppo, na fala aos alunos. Coordenadora do Grupo de Responsabilidade Socioambiental da companhia, ela reforçou a importância da conscientização de todos nesse desafio. “Muitas vezes, nos preocupamos muito com a água que chega às nossas casas, mas nos esquecemos daquela que sai, a água de resíduos, que são os esgotos.”

Na sensibilização aos alunos, a presidente do Instituto Epros, Flávia David, explicou a dimensão do projeto. “Descartado de forma incorreta, o óleo de cozinha é um dos grandes responsáveis pelo entupimento das redes e isso contribui para elevar muito o custo da Cesama neste trabalho”. Fala completada por Patrícia Groppo. “É importante pensar que, quanto menos manutenção tivermos, mais podemos investir em oferecer uma água tratada de qualidade, em tratar mais esgoto, sem elevar os custos, economizando na conta de água. Ou seja, é benefício para todos.”

A diretora da escola, que hoje conta com 346 alunos da Educação Infantil à de Jovens e Adultos (EJA), Janaína Resende, comemorou a consonância da iniciativa com as diretrizes da instituição. “Já estamos, há um tempo, num projeto de educação ambiental, tentando alavancar a perspectiva sustentável. Então essa parceria é extremamente positiva”, comemorou. A vice diretora, Fabiana Frederico, completa. “Estamos com a distribuição de cestas básicas, com o plantio solidário na horta, com a adoção de cães abandonados e, para o ano que vem, já está previsto um projeto biodigestor e de coleta de água de chuva. Ou seja, ser uma escola sustentável é um dos eixos do nosso projeto político-pedagógico”, conclui.